quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Larguei a prancha, sai da praia e calcei sandálias

Observando os meus CDs que comprei nos últimos dez anos pude perceber as diversas ondas em que a música evangélica brasileira nos proporcionou, senti-me como um veterano surfista que era ávido por grandes ondas. Tivemos a onda do louvor comunitário, e juntos com Nilópolis gritávamos eu quero é Deus. Depois nos amontoávamos em estádios, praças e ruas para participarmos das megas produções do Diante do Trono. Foi uma onda gigantesca, parecia um tsunami. Depois veio a onda do louvor hebraico, Paul Wilbur, Davi Silva e Mike Shea nos conduziam com uma mistura de sons vindos dos seus violinos, conchas, shofares, gaitas e juntos cantávamos Kadosh, o Shemá e a tantas outras músicas que quase ninguém entendia nada da letra. Pronunciá-las corretamente era uma façanha para poucos.
Ávidos e incansáveis por novas ondas, fomos conquistados pelas músicas de Cirilo, Quilan, Gerson Freire, Robortela, Judson Cristie Tristão e tantos outros que durante uma hora cantavam músicas com letras menores que as cantadas pelas crianças da EBD.
Não saciados com tantas ondas, que tinham aparência de tsunamis, mas efeito de marolas fomos fundo nos conceitos de “novos estilos de adoração”, então surgiram a adoração profética, a espontânea (que não sei o quanto é realmente espontânea), a extravagante, a dos adoradores sem face, a dos adoradores radicais. Há, no meio disso tudo não posso deixar de citar as “gerações” que surfaram nestas ondas, foram tantas, a geração Davi, geração Samuel, geração de Nazireus, geração de João Batista, geração radical, geração profética (virou nome de um tanto de grupos teatrais e de coreografias), geração sacerdotal e algumas outras em que não surfei.
De repente larguei minha prancha abandonei as ondas e fui correndo atrás de uma loira australiana. Logo notei que não era apenas eu que corria atrás dela, muitos dos que antes surfavam comigo e até mesmo os que “criavam ondas” também estavam correndo atrás dela. Sua voz nos conquistou tanto que logo começamos a cantar suas músicas, até mesmo os que não sabiam sequer uma palavra em inglês foram cativados pela suas melodias. Veio uma enxurrada de cópias da loira australiana (não faltou água oxigenada musical) aqui na nossa pátria. Cansado de correr atrás dela sentei-me em algum canto da praia da música cristã contemporânea brasileira (nome pomposo!) e decidi sai da praia. Calcei as sandálias da humildade musical e comecei a admirar algumas músicas simples que foram abandonadas, nos calçadões próximos das frenéticas praias da música cristã brasileira.

“Meu Salvador me guia o tempo todo,
Que mais posso pedir, alem disso?
Posso duvidar de sua terna compaixão?
Se toda a vida tem sido meu guia?
Pai celeste, o mais divino consolo,
É habitar nele, mediante a fé!
Pois sei que o que me suceder,
Jesus faz bem todas as coisas.”

(Letra: Fanny J. Crosby – Melodia: vai depender do seu gosto)

Sandro de Souza

2 comentários:

Analia disse...

E aí grande Sandro, gostei das postagens, parabéns!
Vc é um grande escritor!!!

Anália Carvalho

Anônimo disse...

Iluminadíssimo senhor varão Sanddro Soza... rsrs
Gostei das postagens. Até que você não escreve mal (rsrs), mas espero que com isso Deus possa te usar para alvançar vidas para Ele, e que você seja muito abençoado...

Only for Him is the GLORY !
Robertinho