terça-feira, 23 de junho de 2009

MANIPULAÇÃO DA FÉ

O Brasil é um país em onde a cada dia presenciamos grandes mudanças em sua sociedade. Apesar disso, muito ainda precisa ser mudado. A formação e prática religiosa do povo brasileiro vive em um processo de constantes mudanças. Primeiro tivemos um catolicismo recheado de sincretismo e depois passamos a ter um pluralismo religioso que cresce e se multiplica a cada dia. Há uma diversidade enorme na prática religiosa no Brasil, que demonstra a pluralidade da fé mutável do seu povo.

No meio religioso brasileiro, temos diversas influências na formação da fé do povo. Indígenas, africanos, asiáticos e europeus formam a base da formação religiosa do nosso povo.
Tradições, superstições, ignorância e medo, muitas vezes foram e continuam sendo poderosas ferramentas para manipular a fé do povo. Uma leitura da nossa história pode comprovar este fato.

A tradição sempre será uma das mais poderosas ferramentas de manipulação que as religiões podem utilizar para domar e anestesiar o raciocínio do ser humano. Usar a credibilidade do passado, os grandes feitos realizados ao longo dos tempos, a durabilidade e a longevidade do sucesso das tradições, fazem a mais dura e escravagista tradição brilhar e resplandecer como algo espetacularmente bom diante dos olhos dos homens ignorantes. A força da tradição pode quando bem utilizada esmagar qualquer levante contra um sistema dominante. Basta levantar calúnias contra o novo, desmoralizar, tirar crédito do proclamador de novas idéias e o restante a tradição se incumbirá de fazer.

Todos nós temos medo de mudanças, a tradição é um lugar seguro para nos escondermos. Toda mudança exige alguns sacrifícios e adaptações. A tradição nos oferecerá acomodação. Toda mudança traz choques de idéias e conflitos de opiniões. Descansando nos braços fortes e insensíveis da tradição, somos “forçados a engolir tudo” e vivermos em perfeita paz.

As superstições que se formaram no decorrer da história no campo religioso brasileiro impressionam qualquer mente capaz de raciocinar livre das superstições. Criamos nossos esquemas e regras pra alcançar e agradar a Deus. Fórmulas mágicas camufladas pela religião para satisfazermos o nosso egoísmo é algo corriqueiro na vida religiosa do povo brasileiro. E principalmente, para domar e iludir a mente dos homens cativos pela religião usa-se e abusa-se da superstição. Temos as nossas próprias lendas, independente da religião que professamos na terra Brasil. Cabe a religião dentro contexto brasileiro oferecer e determinar um ambiente lendariamente perfeito, seguro e harmonioso, onde só pode ser alcançado através da participação de uma determinada comunidade de fé onde se encontrará grande proteção das mazelas do mundo mal das demais religiões. Isto traz grande alivio para os acomodados quando são confrontados sobre as superstições que não os agradam mas, osdominam conforme o comodismo trago pela manipulação religiosa.

As superstições nos levam a criar fórmulas e regras, e estas nos dominam e nos escravizam sutilmente oferecendo boas maneiras de se superar as superstições que nos atormentam. Cria-se uma superstição, depois se cria uma regra ou uma fórmula para superá-la e assim, vai-se preenchendo a mente vazia dos acomodados e dos ignorantes.

A ignorância é uma arma poderosa demais e facilmente utilizada no processo de manipulação religiosa. Manipular o acesso ao conhecimento. Demonstrar falsa humildade diante do conhecimento de outras pessoas, e mostrar que o “bom e humilde conhecimento” encontra-se na comunidade religiosa que se utiliza sabiamente da mensagem pura de Deus é um bom caminho para a manipulação religiosa. Mostra-se conhecedor da verdade, e de forma “humilde” praticante dela e demonstrar o quanto os outros falham diante do seu conhecimento facilmente pode criar um ambiente de manipulação da fé.

O homem exposto ao conhecimento, não é mais o mesmo. Quanto maior o conhecimento, maior será a liberdade do homem. Manter o povo ignorante é a melhor forma de controlá-lo.

O medo é uma das ferramentas mais apreciadas pelos manipuladores religiosos. Medo de ir para o inferno traz mais obediência e submissão do que a promessa de ir viver no céu. O pavor de desobedecer aos líderes é mais bem utilizado do que o amor. Como disse Maquiavel, é melhor para o príncipe ser temido do que amado. O amor não se pode manipular, não se pode condicionar e tão pouco limitar, ele é espontâneo, sincero, verdadeiro e generoso. O medo pode-se espalhar e controlar. Controle, esta é a palavra que os religiosos querem ao utilizar o medo na vida religiosa do povo.

Medo de ir contra as tradições estabelecidas, medo de ser devorado pelas superstições, medo de conhecer algo que não condiz com as informações perpetuadas pela comunidade religiosa, medo de Deus, medo dos espíritos, medo de infringir regras, medo de desagradar o ego dos líderes... A corrente do medo pesa! Muitos andam vida afora caminhando com o barulho da corrente do medo sempre lembrado a ele como deve se viver.

Há uma maneira melhor para se viver. Tradição não nos leva a uma vida reta diante de Deus. Por melhores que elas sejam não podem fazer absolutamente nada para nos aproximar de Deus. Não anule o amor de Deus por causa de tradições criadas e sustentadas por homens que apenas querem manipular a sua fé.

Não se deixe escravizar pelas superstições. Jesus pagou o preço pela sua liberdade na cruz. Nenhuma fórmula ou regra estabelecida senão o amor sincero pode te conduzir a um relacionamento verdadeiro e intenso com Deus.

Seja livre!
Sandro Souza

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Leia e reflita bastante

“Corremos descuidadamente para o precipício após havermos colocado algo à nossa frente que nos impeça de vê-lo” (Pascal)


Para muitos, todos os processos são válidos, quando se trata de salvaguardar os interesses próprios. Entre subjugar a consciência para ganhar vantagens, ou deixá-la livre para receber só o que a vida oferece, eles preferem a primeira situação. É como o pecador consciente que vê o prazer momentâneo, sem avaliar as conseqüências posteriores.


O amor devia ser a única arma (se é que posso expressar-me assim) para consolidar a posição do filho de Deus no seio da comunidade religiosa. Se ele existisse, na sua plenitude, tornar-se-ia desnecessário o uso de certas astúcias para se fazer aquilo que só o amor consegue fazer.


Pessoas há que preferem ser tapeadas com um engano colorido com as cores do arco-íris do que serem instruídas por uma verdade em preto e branco. É que as aparências sempre enganam.


A verdade é como a cama em noites de muito frio. Só incomoda nos primeiros momentos.


“É possível enganar parte do povo, todo tempo; é possível, enganar parte do tempo, todo povo; jamais se enganará todo povo, todo tempo.” (Abraão Lincoln).


A história de Cristo não termina na Cruz. Vai direto para a Ressurreição e a nova vida. Ela dá sentido à vida diária e esperança após a sepultura. Para o indivíduo e para a instituição igualmente, isto significa BOAS-NOVAS, não para um futuro distante, mas para o aqui e o agora.


“Não importa quantos passos você deu para trás, importa quantos passos você vai dar para a frente” (Décio Melhem)


“A verdade de nada se envergonha, senão de estar oculta.” (Lopes)
Para que uma seita possa crescer não precisa ter princípios verdadeiros. Basta, para começar, contar com dólares americanos, ter ministros que digam coisas que o povo gosta de ouvir e que eles mesmos durmam em berço esplêndido, na certeza de que também não ouvirão o que não desejam ouvir.


“Com erro não se argumenta.” (Osório)


“A verdade é o alicerce da autoridade.” (Catão)


A desculpa e a evasiva sempre foram as armas preferidas pelos que não têm coragem. Coragem para aceitar uma mudança de ponto de vista, quando a alteração tende a remover o homem do seu estado cômodo, seja no campo social, cultural, financeiro ou religioso, é quase impossível.


Poucos estão interessados na verdade. A maioria prefere a mentira disfarçada.


“Confessar um erro é demonstrar com modéstia, que se fez progresso na arte de raciocinar.” (Murilo Mendes)


Quando vivemos enganados com relação a um fato, comportamo-nos como se o engano não existisse. Mas a partir do momento em que dele nos inteiramos, e se avoluma dentro de nós, e, por vezes, nos irritamos.


“É próprio de todo homem errar, mas só do homem estulto preservar no erro.” (Cícero)


A verdade tem pernas curtas, e pode até parecer capenga, mas acaba chegando.


“O homem recorre a verdade somente quando lhe faltam as mentiras.” (M. Lenoir)


Os psicólogos não desconhecem o fato de que as pessoas têm dezenas de maneiras sutis para iludir os seus semelhantes. E uma delas é procurar valorizar uma atitude que desejam pôr em destaque, deixando a impressão de estarem pondo em risco a causa que defendem.